O Salão Nobre da Câmara Municipal recebeu a cerimónia de assinatura do Geoparque Litoral Norte em que a AEVC – Associação Empresarial de Viana do Castelo será uma das instituições e organizações fundadoras.
Presentes neste ato solene, estiveram Luís Ceia e Manuel Cunha Júnior, respetivamente Presidente e Vice-Presidente da AEVC.
O Geoparque, que abrange a área do concelho, tem por missão contribuir para a proteção, valorização e dinamização do património natural e cultural, com especial ênfase no património geológico, numa perspetiva de aprofundamento e divulgação do conhecimento científico, promovendo o turismo e o desenvolvimento sustentável.
A criação da Associação Geoparque Litoral de Viana do Castelo enquadrar-se-á como uma associação de direito privado sem fins lucrativos, razão pela qual foram convidados para associados fundadores os agrupamentos de escolas e escolas da rede privada e as Juntas e Uniões de Freguesias, instituições que irão compor a assembleia geral da associação geoparque litoral de viana do castelo.
O projeto do Geoparque, recorde-se, tem já classificados cinco monumentos naturais e oito estão em vias de classificação. Já classificado estão o Alcantilado de Montedor (55 hectares), Pedras Ruivas (24 hectares), Canto Marinho (58 hectares), Ribeira de Anha (41 hectares), o estuário do rio Lima (entre as pontes Eiffel e a A28) e as “Ínsuas do Lima” (422 hectares). São, assim, cinco os geossítios de “excecionalidade científica dos valores geológicos presentes”, que se distribuem pela faixa litoral do concelho e no estuário do rio Lima, que integram a 1ª fase do Geoparque Litoral de Viana do Castelo.
Em vias de classificação (2ª fase de implementação do geoparque) estão os pavimentos graníticos da Gatenha entre a zona infralitoral e as veigas de Afife com 27 hectares; as Cascatas do Poço Negro na Areosa com 52 hectares; as Cascatas da Ferida Má no rio Âncora entre a Montaria e Amonde com 36 hectares; o Penedo Furado do Monte da Meadela na encosta de Santa Luzia com 13 hectares; as turfeiras das Chãs de Arga com 591 hectares; o Planalto Granítico das Chãs de Santa Luzia com 908 hectares (e considerado de grande valor paisagístico e ecológico); as Cristas quartzíticas do Campo Mineiro de Folgadoiro-Verdes em Amonde com 320 hectares; e as Dunas trepadoras do Faro de Anha com 57 hectares.
E, pelo trabalho desenvolvido, a Câmara Municipal recebeu já o Prémio Geoconservação 2016 atribuído pelo grupo português da ProGEO, a Associação Europeia para a Conservação do Património Geológico. O Prémio Geoconservação é, desde 2004, uma iniciativa da ProGEO-Portugal que pretende destacar os trabalhos desenvolvidos pelas autarquias na conservação e promoção do património geológico dos respetivos concelhos. O júri foi constituído por representantes da ProGEO-Portugal, da Associação Portuguesa de Geólogos, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e da National Geographic-Portugal. Mais recentemente, o júri dos “Melhores Municípios para Viver 2017”, iniciativa promovida pelo Instituto de Tecnologia Comportamental (INTEC), atribuiu à Câmara Municipal de Viana do Castelo o Prémio no domínio ambiental pelo projeto “Geoparque do Litoral de Viana do Castelo”. Esta entidade classifica o geoparque como “uma extensa área territorial com um sensível interesse geológico aliando tal interesse à conservação ambiental e promoção de desenvolvimento, baseado na geoconservação socioeconómica sustentável, educação e turismo”.
Os geossítios e o Geoparque nasceram de uma investigação da Universidade do Minho, liderada por Ricardo Jorge Carvalhido.
Foto: Arménio Belo